História Clínica
Paciente masculino de 41 anos com história de dor cervical há mais de 3 anos. Com a progressão do quadro, passou a perceber perda de força nos braços, associada a episódios frequentes de deixar objetos caírem das mãos, sinal claro de comprometimento neurológico.
Inicialmente, tentou tratamento por conta própria com uso de medicações (analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares) e realizou fisioterapia. No entanto, não houve melhora dos sintomas. Pelo contrário, o quadro apresentou piora progressiva ao longo do tempo.
Diante dessa evolução, o paciente buscou avaliação com diferentes médicos cirurgiões de coluna.
Avaliação Médica e Diagnóstico
A partir de uma história clínica detalhada, exame físico minucioso e exames complementares — especialmente a ressonância magnética da coluna cervical — foi realizado o diagnóstico de mielopatia cervical.
A mielopatia cervical é uma condição grave caracterizada pela compressão da medula espinhal na região do pescoço. Essa compressão compromete a condução dos impulsos nervosos, podendo causar sintomas como:
- Perda de força nos braços e/ou pernas
- Dificuldade de coordenação motora
- Alterações no equilíbrio
- Dormências
- Em casos mais avançados, limitação funcional importante
Trata-se de uma doença progressiva, que pode levar a déficits neurológicos permanentes se não tratada de forma adequada e no momento correto.
Exame Físico – Teste de Hoffmann
Durante o exame físico, o paciente apresentava sinais compatíveis com sofrimento medular. Um dos testes utilizados foi o Teste de Hoffmann, um importante sinal clínico que sugere comprometimento da medula espinhal.
O Teste de Hoffmann é realizado com um estímulo rápido na falange distal do dedo médio. A flexão involuntária do polegar e/ou do indicador caracteriza um teste positivo e é presente nos casos de mielopatia cervical.
Exames de Imagem
A ressonância magnética da coluna cervical evidenciou compressão significativa da medula espinhal, compatível com o diagnóstico de mielopatia cervical.

Ressonância magnética da coluna cervical evidenciando compressão medular grave. A área destacada em branco (seta) indica mielopatia cervical, sinal de sofrimento da medula espinhal.
Tratamento Cirúrgico
Diante da gravidade do quadro e da progressão dos déficits neurológicos, foi indicada cirurgia para descompressão da medula espinhal.
O procedimento foi realizado com sucesso, alcançando o principal objetivo do tratamento: liberar a medula espinhal e melhorar a condução dos impulsos nervosos.

Raio X intraoperatório evidenciando a descompressão da medula e fixação das vértebras cervicais.
Pós-operatório e Evolução
O paciente apresentou um pós-operatório excelente, com alta hospitalar em curto período, andando e com queixas álgicas mínimas.
Já nos primeiros dias após a cirurgia, foi possível observar melhora progressiva da força muscular e do equilíbrio.
Apesar da gravidade inicial do caso, a evolução foi extremamente satisfatória. Atualmente, o paciente encontra-se estável, sem queixas neurológicas e realizando suas atividades diárias sem limitações.
Controle Pós-operatório por Imagem
Foi realizada ressonância magnética pós-operatória, que demonstrou descompressão completa da medula espinhal, confirmando o sucesso do tratamento cirúrgico.

Ressonâncias magnéticas pré e pós-operatórias demonstrando descompressão completa da medula espinhal após o tratamento cirúrgico.
Considerações Finais
A mielopatia cervical é uma condição séria e potencialmente incapacitante. O diagnóstico precoce e a indicação cirúrgica no momento adequado são fundamentais para evitar sequelas neurológicas permanentes.
Este caso ilustra como uma abordagem correta, baseada em avaliação clínica criteriosa e exames adequados, pode proporcionar excelentes resultados, mesmo em quadros de maior gravidade.
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